A Disney dos Esquecidos Um (Planeta do Tesouro)
A Disney dos Esquecidos Um
(Planeta do Tesouro)
Cinderela,
Rei Leão, 101 Dálmatas, são só três dos vários sucessos da Disney que podemos
citar aqui, e claro que não vamos querer desmerecer eles em momento algum, mas
a verdade é que existe também um número considerável de produções Disney que
simplesmente não fizeram tanto sucesso, e por isso não são tão bem lembradas
mesmo entre os maiores fãs, embora não deixem nada a desejar no sentido técnico
se comparados com os filmes mais conhecidos. Aqui vamos falar um pouco sobre
essas animações, seus criadores, a ideia por trás delas e até algumas
curiosidades, além, claro de tentar entender por que elas não são tão
conhecidas quanto poderiam, e para começar logo bem vamos falar de um filme que
marca presença no meu top 10 pessoal de Disney, Planeta do Tesouro! Então vamos começar? Vamos começar!
Primeiramente vamos deixar todo mundo
um pouco mais por dentro da criação do filme, ele é explicitamente baseado na
obra A Ilha do Tesouro (1883) do escritor britânico Robert Louis Stevenson (1850-1894) só mudando claro as caravelas que
atravessam os oceanos da época por naves que atravessam galáxias inteiras, (e
alias essas naves também parecem caravelas) agora um fato curioso, que eu pelo
menos não sabia até fazer essa pesquisa, Stevenson também é autor de O Estranho
Caso do Dr. Jekyll e Sr. Hyde (1886), não reconheceu? Talvez você conheça pelo
nome mais comum, “O Médico e o Monstro”, está mais familiarizado, né?
Então agora vamos falar sobre os responsáveis
por trazer esse grande (porém subestimado) filme para nós, John Musker e Ron
Clements, são esses os nomes dos génios a quem devemos agradecer, e acredite em
mim quando digo que não estou exagerando quando uso essa palavra para
descrevê-los, não acredita? Então permita que eu liste algumas outras animações
dirigidas por eles, A Pequena Sereia (1989), Aladdin (1992), Hércules (1997) e
A Princesa e o Sapo (2009), são só alguns de seus filmes. Sem falar em Moana,
que estreou em Novembro do ano passado, e é seu primeiro filme feito
completamente em computação gráfica, (muito bom trabalho dupla! rsrs) e aí, agora
entendeu por que dou tanto credito a esses dois? Os caras sem dúvida sabem o
que fazem, e visivelmente não baixaram o nível em Planeta do Tesouro.
John Musker (Esquerda) e Ron Clements (Direita) na D23Expo de 2015, boatos de que eles também fizeram uma participação especial em uma cena de Hércules, o que vocês acham?
Pronto,
com os dois devidamente apresentados vamos começar a falar do filme em si. Já
nos primeiros minutos o narrador nos põe em meio a uma viagem espacial onde o
temido pirata Capitão Nataniel Flint está tentando roubar um grande navio/nave
mercante carregada de cristais solares de Arcturian, (não sei o que é isso, mas
se o cara está atrás deve valer alguma coisa né? Hehe) e assim se desenrola uma
grande batalha entre os tripulantes do navio e o bando de Flint, que termina
com eles fugindo carregados de riquezas enquanto abandonam a embarcação que
roubaram sem deixar rastros; é só ai que descobrimos que não somos os únicos
que estão ouvindo esta história, pois tudo que é contado está no livro que o
pequeno Jim Hawkins, protagonista do filme lê antes de dormir, e este o inspira
a querer procurar o planeta onde segundo a lenda Flint havia escondido seu
tesouro, o Butim de Mil Galáxias, embora sua mãe esteja convencida de que isso
não passa de uma história.
Alguns
anos se passam e Jim se mostra como um adolescente rebelde que inclusive já
fora até detido pela polícia mais de uma vez, sua mãe preocupada já não sabe
mais o que pode fazer com o filho, e tem medo do que pode vir a acontecer com
ele se continuar assim, mas não há muito tempo mais para pensar nisso depois
que o misterioso Billy Bones cai com sua nave de fuga próximo à Estalagem
Benbow, (que pertence à família de Jim) e quase sem forças entrega ao garoto
uma misteriosa esfera dando a seguinte instrução – Proteja isto do ciborgue. –
antes que algo mais possa ser dito o lugar é invadido por implacáveis bandidos,
que incendeiam a estalagem, dando tempo para que Jim e sua mãe pudessem apenas
fugir sem levar nada, com a ajuda do Dr. Delbert Doppler, um astrofísico local
e amigo da família.
Já
em segurança na casa de Delbert Jim começa despreocupadamente a estudar a
esfera que recebeu de Bones, até o momento em que consegue desvendar seu
segredo, descobrindo que a mesma é na verdade um mapa holográfico de enormes
proporções que mostra toda a galáxia, maravilhado Delbert não hesita em estudar
o conteúdo do artefato até perceber a existência de um pequeno e longínquo
planeta desconhecido que Jim logo reconhece das histórias de sua infância, era
o Planeta do Tesouro, o lugar onde o Capitão Flint escondera suas incontáveis
riquezas. Sem pensar duas vezes o garoto se propõe a ir atrás deste planeta
para que ele e sua mãe possam reconstruir sua casa, e ter uma vida melhor,
claro que a Sra. Hawkins é completamente contra, mas depois de alguns
argumentos de Delbert que também deseja muitíssimo realizar esta viagem ela em
fim sede e os dois embarcam em uma viagem interestelar na espaçonave R. L. S.
Legacy.
Jim segurando o mapa enquanto
Delbert estuda o holograma projetado por ele. Alguém aí já viu casamento mais
perfeito entre CGI e animação tradicional?! Duvido!
A bordo da espaçonave somos
apresentados a alguns de seus tripulantes, a Capitã Amélia, a líder nata que
guia esta expedição, seu fiel imediato, Sr. Arrow, um ser de pedra cuja moral é
inabalável, e que segue cegamente as ordens de sua capitã não importando se lhe
trará algum risco, Sr. Scroop, um aracnídeo de péssima índole, e que já mostra
suas reais intenções para com Jim desde seu primeiro encontro.
Sr. Arrow: O leal e forte imediato
da tripulação.
Capitã Amélia: O pulso firme
que lidera o navo/nave.
Sr. Scroop: A razão pela qual Jim queria ter cera no nariz.
(Alguém pegou a referência? rsrsrs)
Sr. Arrow: O leal e forte imediato
da tripulação.
Capitã Amélia: O pulso firme
que lidera o navo/nave.
Sr. Scroop: A razão pela qual Jim queria ter cera no nariz.
(Alguém pegou a referência? rsrsrs)
Por fim, o cozinheiro da tripulação, Long
John Silver, (desculpem se eu me exceder de mais nesse personagem, é que
realmente o adoro!) um homem que parece já ter vivido bastante, e aparenta ser
especialmente esperto quando o assunto é agradar as pessoas, mesmo que com
segundas intenções, mas nada deixa Jimbo (apelido que o mesmo dá a Jim) mais
desconfiado que o fato de o mesmo ser um ciborgue, e o garoto terá bastante tempo
para investiga-lo já que foi designado contra a vontade de ambas as partes pela
Capitã Amélia como grumete e ajudante do Sr. Silver. Com o tempo de convivência
começa a aflorar uma relação paterna entre os dois, de forma que Jim passa a
ver Silver como o pai que nunca teve, e Silver o ensina tudo que aprendeu em
sua vida cheia de aventuras; ambos se abrem emocionalmente fazendo com que
todas as suspeitas caiam por terra.
Long John Silver em uma das cenas onde descobrimos se as suspeitas de Jim estavam certas ou não, mas sem mais spoilers!
Além destes temos
personagens ainda mais diferentes para nos lembrar constantemente que esta é
uma Epopeia Espacial, tais como o Morph, a criaturinha alienígena capaz de
mudar de forma e que faz o papel de “papagaio de pirata”, e o Bio Eletrônico
Navegador, ou apenas B.E.N., um robô sucateado que sofre de perda de memória,
mas se prova mais que útil para a missão de Jim.
Morph (Direita) e B.E.N.
(Esquerda) esquecendo das coisas antes da Dory transformar isso em modinha.
Hehehe!
Pronto, agora que já conhecemos/lembramos do enredo e personagens resta
apenas desvendar a grande pergunta – Por que esse filme foi esquecido? – eu
realmente nunca entendi, mas fui ler algumas críticas e opiniões, algumas da
própria época de lançamento, e acabei concluindo que esse é justamente um dos
fatores que tirou Planeta do Tesouro dos holofotes, um leitor mais atento a
esse ponto já vai ter percebido que eu ainda não disse a data de lançamento
desse filme até agora, mas foi por que eu tive medo de estragar a “surpresa”
pra esse momento, bem, O Planeta do Tesouro é de 2002, será que você que lembra
um pouco melhor de datas pode me dizer que outros filmes estavam começando a
entrar em alta nessa época? Exatamente, os de computação gráfica, Toy Story já tinha
mostrado a que veio em 1995, tanto que ganhou sua primeira continuação logo em
1999, e ainda tinha Vida de Inseto (1998), e Monstros S.A. (2001), sem falar
que já estava por vir Procurando Nemo no outro ano (2003).
Veja só o tamanho da “briga” que Planeta do Tesouro arrumou, tendo que
bater de frente com um estilo de animação que na época era o mais moderno e impressionante
de todos, não estou aqui acusando a Pixar, ou dizendo que ela é a vilão da
história, não mesmo, ela pode e deve continuar nos impressionando com seu jeito
de fazer animação, mas temos que admitir que o próprio público do início do
milênio endeusou a animação por CGI a tal ponto que acabou deixando de lado
filmes feitos da forma tradicional. Embora Planeta do Tesouro tenha bastante elementos
e até personagens feitos em computador e esses na minha visão se integram
perfeitamente aos feitos com papel e lápis os críticos da época pareciam
simplesmente não querer ver isso, afirmando pragmáticos que a combinação era
algo feio que nunca se deveria esperar que desse certo, contrapondo-se ao grupo
considerável de fãs do estúdio que gostariam que a Disney voltasse a produzir
animação tradicional TAMBÉM, e eu me incluo nisso sem sombra de dúvidas.
Planeta do Tesouro não foi a primeira, e nem será a última grande
animação a não ter a repercussão que merecia, Atlantis (2001) mesmo teve um
destino de certa forma parecido embora ainda tenha tido forças para ter uma
continuação, que aliás eu acho bem ruinzinha em 2003, os motivos para a
história de Milo não ter sido tão bem sucedida já são um pouco diferentes, mas
isso é assunto para outro post em outro dia. Por hora só me resta agradecer ao John Musker e ao Ron Clements por me levarem
para esse mundo que gosto tanto de visitar até hoje. Pronto, mandado meu
recado, fiquem com algumas artes do filme que eu separei pra vocês...
Sr. Silver contando ao Jimbo sobre as coisas da vida! Hehe
R. L. S. Legacy partindo do Espaço-Porto Montresor para o Planeta
do Tesouro!
Bem de boa passando do ladinho de um buraco negro, dia normal!
Encerrando com o Capitão Nataniel
Flint (ou o que resta dele) todo estiloso curtindo seu Butim de Mil Galáxias...
Hehe
Será que o pessoal que já viu o filme ficou naquela nostalgia massa, e
decidiu ré assistir? Quem nunca viu pegou a vontade de assistir também? Se sim,
pode dizer depois o que achou aí nos comentários, ou na página do Facebook. Tem
alguma observação ou sugestão pro próximo esquecidos Disney? Deixe também seu
comentário, esperamos que tenha gostado. Um abraço, e até a próxima!