O que os "vilões surpresa" nos ensinaram?

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O que os "vilões surpresa" nos ensinaram?

Contém Spoilers!

De uns tempos pra cá, com a mais nova geração Disney, nosso estúdio preferido vêm investindo num recurso que agrada alguns, e outros nem tanto, mas que quase sempre surpreende: os vilões surpresa. Aqueles personagens que, diferente dos nossos queridos clássicos como Scar, Cruella, Úrsula ou Gothel, não mostram desde o início do filme que estão lá para atormentar a vida dos herois.

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Esse bonde é perigoso. (imagem: ExpertIT)
Apesar da Disney estar nessa vibe há menos tempo do que a Pixar, tem uma boa galerinha do mal que causa choque e decepção tanto nos herois como no público, e se você não viu ou ainda não sabe os spoilers de Toy Story 3, Detona Ralph, Monstros S.A., Zootopia, Viva!, Up!, Operação Big Hero e Frozen, essa é sua última chance de evitá-los.

Pronto? Só está aqui quem assume o risco? Ok então.
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A lista não é pequena: Temos o urso fofinho da creche Sunnyside, o patrão corrupto da Monstros S.A., um rei doce demais para nossos paladares... Além dos que vamos explorar mais a fundo nesse post, com uma reflexão: O que aprendemos com os vilões surpresa? 

1-As aparências enganam
Acredite, por mais velho e óbvio que isso seja, muuuuita gente ainda se deixa enganar por um sorriso fofinho. Eu nem tô falando de algo mais superficial, como beleza ou estilo, mas do jeito mesmo. Você acha que conhece alguém, vê ela se comportando e pensa "essa pessoa jamais seria capaz de uma maldade." O exemplo perfeito é a vice prefeita Bellweather. Além de simpática, eficiente e de todo o apoio moral que ela sempre deu à heroína Judy, a ovelha ainda tinha outro ponto a seu favor: ela sofria.
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O que tá pesando mais, amiga, isso ou sua consciência?
É fácil achar que só porque alguém está na pior, é discriminado e passa por maus bocados, seria incapaz de ferir o outro. No entanto, Zootopia nos mostra o quanto é preciso analisar a situação inteira. Enquanto Bellwether usou sua dor como motivação para o mal, Judy, que também foi super discriminada e puxada para baixo mostrou que não é preciso machucar ou humilhar ninguém para se dar bem. Zootopia: onde você pode ser o que quiser, inclusive bom ou mau.

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Mas ser bom é melhor.

2-Não é bom adorar heróis:
OK! Síndrome nos ensinou isso primeiro! Mas a Pixar também mitou quando nos mostrou o outro lado da decepção com o ídolo: enquanto Síndrome transformou seu rancor em armas perigosíssimas, alguns heróis passaram por uma decepção parecida e mal tiveram tempo de digerir a informação. É o caso de Miguel Rivera, com o cantor Ernesto de La Cruz (esse embuste é um que merecia um post próprio) E o Carl Frederitzen, com seu herói de infância, o explorador Charles Mintz.

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Quem não gosta de um explorador charmosão?

Na vida real, talvez não cheguemos ao extremo de seu ídolo tentar te matar (realmente espero que não haja psicopatas levando a Disney a sério demais), mas quem já passou por isso sabe como descobrir algo terrível sobre quem admiramos dói. É claro que todo mundo tem defeitos, mas talvez não haja nada pior do que se entregar a eles, seja para manter uma imagem,  conseguir um tesouro, ou mesmo por um bem maior, como foi o caso do até bem intencionado Professor Callaghan, de Operação Big Hero.
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Eu sei que ele tá errado, mas eu simpatizo com o coitado

3-Nossas emoções também nos enganam. E muito.
Não, não teve vilão surpresa em Divertidamente (dá pra imaginar? Bem, ainda há quem diga que a verdadeira antagonista era a Alegria...) No entanto, a Disney brincou muito bem com o efeito que os sentimentos causam mesmo sem mostrá-los, em Frozen.


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🎵Você partiu meu coração🎵

Já parou pra pensar em porque a princesa Anna caiu tão fácil na lábia do Hans? Não sei se ela realmente teve como exemplo a Cinderela e a Branca de Neve com seus "felizes para sempre" no primeiro amor, então, a explicação é como ela se sentia quando o conheceu: sozinha, vulnerável e  carente. Receita perfeita para um embuste aparecer cheio de atenção e carinho para dar, bancando o príncipe encantado num passe de mágica e um número musical.

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Eles dançam com você e depois tentam te matar.



Alguns desses filmes eu vi quando ainda era inocente, outros, depois de ter passado por algumas decepções. Em alguns casos, a gente se identifica, e em outros, talvez aprenda. É tanto que, depois de tantos vilões surpresa, alguns fãs já ficaram mais espertos, e começaram a desconfiar de alguns personagens em poucos minutos de filme (não é meu caso, eu sou trouxa assim). De toda forma, mais uma vez, a Disney mostra que desenhos não são tão distantes assim da vida real, uma vez que, ver alguém em que confiamos mostrar uma outra face e se voltar contra nós, pode acontecer com qualquer um. Mas vamos lembrar que, a máscara das más intenções sempre acaba caindo.

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Quem vê cara (ou ouve canção) não vê coração, né?